Evitar todas as lesões parece um objetivo irrealista, pelo que há fatores que não se podem controlar, como a idade, o tempo de treino, possível histórico de lesões e, não menos importante, a própria anatomia do atleta.
Assim, o uso do termo 'redução de lesão' tem ganho relevância em muitos estudos. Uma das estratégias para a sua prevenção é a vigilância de lesões. Por meio de sistemas e processos padronizados, como os do Comité Olímpico Internacional e das instituições especificas de cada desporto, o preparador físico consegue adquirir informação consistente e vigorosa sobre o tema das lesões, por um longo período.

São várias as evidências presentes na literatura de futebol sobre as situações específicas da modalidade em que as lesões ocorrem. A título de exemplo, sabe-se que as três principais ações que conduzem à lesão do Ligamento Cruzado Anterior (ACL) no futebol são pressionar e defender, recuperar o equilíbrio depois de rematar e apoiar após um salto. Outro estudo semelhante, que recorre à análise de vídeo para determinar o padrão de lesões nos isquiotibiais, descobriu que os principais motivos de lesão se encontram relacionados com o alongamento (ao rematar e/ou aterrar) e sprinting.

Com recurso a este tipo de informação mecânica específica da modalidade, o preparador físico está apto a auxiliar os jogadores na redução desse mesmo risco.
Estudos e evidências indicam que atletas mais fortes são mais resilientes, desta forma, podemos afirmar que a prevenção é nada mais que melhorar o desempenho e performance do atleta. A maioria dos exercícios e estratégias de prevenção que, em simultâneo, fortalecem o atleta e reduzem o risco de lesão, tendem a aumentar o seu desempenho físico, tal como o treino de força e treino de velocidade.

Raul Folha
Strength & Condition Coach
Personal Trainer & CrossFit L-1 Trainer
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